27 de jul. de 2009

As fitas do ateísmo

ateism-disc

The Atheism Tapes é uma série de seis documentários para a TV produzida por Jonathan Miller para a Rede BBC, em 2004. Cada um dos seis episódios traz um expoente de determinada área do conhecimento.

  1. Filósofo inglês, Colin McGinn
  2. Físico norte-americano, ganhador do prêmio Nobel, Steven Weinberg
  3. Dramaturgo norte-americano, Arthur Miller
  4. Biólogo inglês, Richard Dawkins
  5. Teólogo britânico, Denys Turner
  6. Filósofo norte-americano, Daniel Dennett

Nesta série inovadora, o neurologista, dramaturgo e ateu Jonathan Miller entrevistou seis expoentes das Letras e Ciência. O autor Richard Dawkins, os filósofos Daniel Dennett e Colin McGinn, o dramaturgo Arthur Miller, o teólogo Denys Turner e o físico Steven Weinberg discutem suas jornadas intelectuais pessoais e oferecem análises esclarecedoras do ateísmo a partir de várias perspectivas.

Parte 1:
O filósofo inglês McGinn fala sobre as várias razões para não se acreditar em Deus, e algumas das razões pelas quais acreditar. Ele fornece uma completa abordagem do argumento ontológico. Além disso, McGinn traça importante distinção entre ateísmo (ausência de crença numa divindade) e antiteísmo (oposição ativa ao teísmo); ele se classifica como ateu e antiteísta. Por fim, especula sobre uma sociedade pós-teísta.

Colin

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Parte 2:
O físico americano Steven Weinberg fala sobre a efetividade do argumento da criação, no passado e nos dias de hoje. Ele também aborda as razões pelas quais as pessoas se tornam religiosas, incluindo as várias influências dos argumentos físicos e biológicos contra a religião. Miller o confronta com a afirmação de que os biólogos são mais descrentes que os físicos, o que surpreende Steven.

Steven
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Parte 3:
O filósofo americano Daniel Dennett explica por que intitulou um dos seus livros A Perigosa Ideia de Darwin e por que muitos dos contemporâneos de Darwin, em especial, consideravam a sua teoria da evolução perigosa. Prossegue abordando a questão da consciência, falando da rejeição de Darwin quanto à ideia de alma e das possíveis origens e fins psicológicos da crença numa alma imaterial. Por fim, divaga sobre a possibilidade de se viver num mundo pós-teísta.

Dennett

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Parte 4:
Entrevista com o dramaturgo americano Arthur Miller, falecido em 2005 (autor das peças: As Feiticeiras de Salém, adaptada para o cinema sob o título As Bruxas de Salém, estrelando Winona Rider e Daniel Day Lewis; A Morte do Caixeiro Viajante; roteirista de Os Desajustados). Arthur fala sobre ateísmo, sua experiência pessoal com o antissemitismo e na crença na vida após a morte.

Arthur
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Créditos: United 4 ever e Montaigne

26 de jul. de 2009

Lendo Hegel, pensando em mim, pensando em nós...

Um filósofo disse que descobre-se melhor o que uma pessoa seja observando o momento em que seu talento diminui. Disse ainda que um talento é um ornamento, um enfeite. E que um enfeite é um esconderijo...

Me pergunto, o que configura um talento?

Me respondo, circunstâncias...

Indo mais longe, penso que as circunstâncias não são somente situações dadas, mas situações criadas.

O quanto criamos de situações para simular que somos talentosos?

Me pergunto, o que seriam essas circunstâncias?

Me respondo, idealizações, descolamentos da realidade.

Me pergunto, para que quero me descolar da realidade?

Me respondo, para parecer talentoso, para parecer poderoso.

É aí que Hegel entra: A idealização, a abstração (a supressão da realidade concreta) visa gerar um ambiente virtual, artificial no qual aparecerei como talentoso, como poderoso.

E se eu passar a almejar ser talentoso, poderoso apenas no âmbito real, nas circunstâncias reais, dadas de fora? E seu eu mantiver, sempre, no fundo do meu coração, a certeza do quão precária é a condição humana?

Sofrerei muito. Ora, nossos semelhantes idealizaram tudo. A História é uma idealização criada para privilegiar certos "talentos". A moral é uma idealização criada para privilegiar certas "virtudes", certos "bons comportamentos". A ciência é uma idealização criada para privilegiar certas "verdades". A estética do momento é uma idealização criada para privilegiar certas "belezas"...

Mas... e se eu conseguir superar esse sofrimento?

Ora, será inevitável... Me tornarei filósofo!

7 de jul. de 2009

Reconhecimentos a FHC

por Emir Sader, no seu blog em Carta Maior

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Que cada um expresse aqui o reconhecimento que FHC pede.

Felizmente para a oposição, FHC não se contêm, não consegue recolher-se ao fim de carreira intelectual e política melancólicos que ele merece. E cada vez que fala, o apoio ao governo e a Lula aumentam.

Agora reaparece para reclamar que não se lhe dá os reconhecimentos que ele julga merecer. Carente de apoio popular, ele vai receber aqui os reconhecimentos que conquistou.

Em primeiro lugar, o reconhecimento das elites dominantes brasileiras por ter usado sua imagem para implementar o neoliberalismo no Brasil. Por ter afirmado que ia “virar a página do getulismo”. Por ter, do alto da sua suposta sapiência, dito a milhões de brasileiros que eles são “inimpregáveis”, que ele assim não governava para eles, que não tinham lugar no país que o tinha elegido e para quem ele governava.

O reconhecimento por ter dito que “A globalização é o novo Renascimento da humanidade”, embasbacado, deslumbrado com o neoliberalismo.

O reconhecimento por ter quebrado o país por três vezes, elevado a taxa de juros a 48%, assinado cartas de intenção com o FMI, que consolidaram a subordinação do Brasil ao capital financeiro internacional.

O reconhecimento dos EUA por ter feito o Brasil ser completado subordinado às políticas de Washington, por ter preparado o caminho para a Alca, para o grande Tratado de Livre Comércio, que queria reduzir o continente a um imenso shopping Center.

O reconhecimento a FHC por ter promovido a mais prolongada recessão que o Brasil enfrentou.

O reconhecimento a FHC por ter desmontado o Estado brasileiro, tanto quanto ele pôde. Privatizou tudo o que pôde. Entregou para os grandes capitais privados a Vale do Rio Doce e outros grandes patrimônios do povo brasileiro. Por isso ele é adorado pelas elites antinacionais, por isso montaram uma fundação para ele exercer seu narcisismo, nos jardins de São Paulo, chiquérrimo, com o dinheiro que puderam ganhar das negociatas propiciadas pelo governo FHC.

FHC será sempre reconhecido pelo povo brasileiro, que tem nele a melhor expressão do anti-Brasil, de tudo o que o povo detesta, ele serve para que se tome consciência clara do que o povo não quer, do que o Brasil não deve ser.

Vá à Carta Maior.