24 de nov. de 2009

A Crítica Dos Teus Próprios Valores - Desde E Para Si

Camelo, leão, criança e o “triângulo”, como “somatória maior”, em que a afirmação de valores, ou ‘ser aquilo que você é’, se torna uma constante da emanação da escolha em vontade, de acepção postural multifacetada ou querer puro de vida “interpretante”, no Momento Presente.

A alegoria antes feita foi a de “o todo é maior do que as partes”, sendo o leão pós-acepção-de-criança, aquele que o próprio Nietzsche parece se apossar e deixar nas entrelinhas de ideal, subentendido que seja uma postura em somatória afirmativa, ativa, de escolha em adotar qualquer uma das formas, atingindo o “além-do-homem”. Não que seja a melhor, mas que em Seu sistema pessoal de valores, assim é, tanto em forma de recusa “vivenciais” quanto a de mundificar terrenamente quaisquer valores viventes – pois, não se pode “viver” sem eles, por mais complexos ou simples que possam ser. Aqui entra a honestidade de ser aquilo que é.

A criança-camelo, o leão-criança, enfim, o ponto que quero chegar é, desde a mera concepção de “criança-evoluída”, sua acepção como tal consciente e possível de atuação como qualquer postura antes posta, tem seu domínio de extensão para-além da comum figuração alegórica, símbolos didáticos ou qualquer que sejam os conceitos pré-compreensão simples básica. Sua finalidade parecer ser, prática-poética e Nietzsche parece (tal como Kant ou Schopenhauer que realizaram um enorme contructo teórico em Epistemologia/Ontologia para depois de “feito-amém”, poder desembocar na Ética, Política, Moral – não que tenha uma clara “linha-histórica-clara” nisso), adotar em suas obras, um “além-do-homem”. E a meu ver, esse além-do-homem, não é (e como poderia ser?) mera criança tal como em Zaratustra se descreve, mas sim, aquele ‘todo transmutador’, afirmador da vontade de poder, ou seja, se apossando da “alegoria” que for, ativamente e afirmativamente, segundo seus próprios valores moldados, remexidos (dos quais não se pode escapar completamente).

“É lógico” que sejam “simbologias universais”, ilustrações, porém, não meramente didáticas ou alegóricas(em sentido de pura perfumaria&cosméticos), pois toda a fundamentação do além-do-homem vai ser “muito conversada” por estes campos por ritornelos potenciais. A própria linguagem, aqui, é “universal”, enfim tudo que não é universal é particular, segundo um ponto de vista. A própria atribuição inferencial em “isso É aquilo”, cerne da ontologia, faz uso de diversos entes com o conjunto quantitativo, e qualitativo, enfim, desde “gata roxa” até “paralelogramo que está esvanecido”.

Sobre a terminologia musical, diferentemente do habitual, afirmo que o “secar da música à sua história circunscrita desde e por si mesma”, em termos de análise musical, é por demais superficial ou seja, mundo pra tal é de eminência consideração. Salvo em apreciação puramente estética, sensitiva e “irracional”. A transvaloração de valores é transcendida, pois, pelo pós-passar histórico, não se pode especular valores de valores fora da própria vida. Por exemplo, o livro de Saithan, a selvageria inerente do homem, a dominação do homem 'lobo do homem', aquilo que entendemos como "maldade" são constituintes do homem - seu corpo, sua força, sua potência que pode ser compreendida como máquina de guerra, apropriada para batalhas, lutas, violência - precedem, em alguns séculos, a própria formação da religião judaica, precedem a própria vida do homem - segundo a Evolução - em sociedade. Além da cultura escandinava contemporânea, seus costumes e hábitos selvagens combinados com a afirmação de imanência exauridora do poder em escarnecimento “antropofágico”, devorador real – pelo “deus erístico” – em um banho de sangue, tem na diferença como circunscrita não-"negativadora", mas catacumbamente positiva em dor exaltadamente prazerosa.

Seria minha inocência demais em atribuir critério apenas musical em questão o mencionado, pois tal como na essência da “música” punk, skinhead ou dark (entendendo o que cada conceito significa, sem biltre reducionismo)...ela (e sua sonoridade estética na grande maioria das vezes só é um detalhe em um conjunto. À grosso modo, em questão a música em si é só um “revelador”, fator vetorial de um todo. "Ouvir o inaudito” - contra-senso, “temer o temível” - desejável, “sentir medo do medonho” - constituinte, não fazem porém parte dessa posição, pois desde o fundo do poço até o não-fundo-do-poço, “tudo é lucro obtido”, desde beber sangue podre de galinha até comer o buraco de órbitas oculares. Viver é viver e o que é a linguagem senão uma masturbação simbólico-metafísica. Eu não poderia atribuir categorias alheias-de-mim-mesmo, sem já estar me apossando das mesmas. O desconhecido é imanente, os valores sempre estarão condicionados pelo sujeito relativo desde/para. A alegoria “criança” parece não ser o “ideal” nietzscheano, já que o mesmo o previu apenas para o “mundo”, tal como um homem moderno. Para si mesmo, adotou uma postura leonina que não parece ser uma não-transpassada pela atuação de criança, mas uma além, portadora das três percepções. Os três papéis que é como vejo, e o 4ª, o leão afirmador me parece aquela que subjaz as três anteriores, como uma forma triangular quarta maior que suas partes constituintes.

Não podemos esquecer que o nómos foi criado por mera convenção, a phýsis com suas “leis naturais”, lei natural (para o direito, por exemplo) são determinadas. A Ética é um produto humano, histórico-temporalmente. (mesmo fazendo aqui a distinção entre Moral). Se as “leis de newton” ou a “lei de hooke” são postas em cheque, que dirá as “leis do homem”. O “eu” é que afirma e reafirma seus próprios valores. “A Ditadura Nazista foi má.” – Pra quem? “A Ditadura Capitalista é má.” – Pra quem? Perspectivas, tomar posição e querer a vida. Mesmo que esse querer seja algo “lunático” – torna-te quem tu és, não contradiga o Presente. – Filosofia Contemporânea? – Escreva literatura prosaico-poética, invente conceitos, escreva monografias... Toque, cante e dance. Largar a razão?

Quando não há fundamentos, referência, verdade, certezas, ponto de apoio, creio que Thelema, claramente, seja a lei que prevaleça. A lei “leonina”, ou a lei do fogo, daquelas “crianças” que sabem jogar, mudar e comandar segundo sua própria vontade (que para que existam suas afirmações, sejam também negadas).

Longe de ser uma “tese” não defendo esta e a contraponho como uma noção mutante pessoal, sem qualquer grado estático. A então acumulação de conhecimento e maquilar rebuscado, corresponderia a fase “juvenil”, “púbere” do “homem, dando espaço à maduridade do mesmo, na etapa “vividificadora” do homem universal, aqui sim, na conceituação(talvez o mais importante) daquilo que Nietzsche entende por “vida”. Tal como o próprio Nietzsche pareceu ter aceito e vivido, tal como todo moderno filósofo com seu umbigo e ponderações a partir dos próprios valores. Melhor ou pior e teorizações – qual o preço do leão? – a vida – que ele pós o conhecer profundamente como criança – pode atuar como leão, desde ela e nela mesma, mudando quando quiser. Quando eu perder a sanidade e a razão – constantes – poderei me esbaldar ou não-esbaldar no “?????”. Chamem de brumas do rio da barba da avó do Shakeaspere ou de escuro breu clarificador apocalíptico-absurdum iluminado. Do desconhecido, “infinito” ou mistério, o que se pode dizer? – toda a Filosofia ou tarefa do pensamento vai rio abaixo. O que dizer sobre, sem enlaçar, estratificar, imutabilizar o “Mistério” em palavras, sem o vandalizar e corromper, em sua essência? Reitero o máximo valor da Vida. Eu continuo com a razão, os afetos, as escolhas, com o “eu aparente” no sentido grego, como conjunto, decorrido por Nietzsche.

- Shakespeare: "There are more things in Heaven and Earth, Horatio, then are dreamt of in your Philosophy..."

20 de nov. de 2009

Camelo, leão, criança e?

Se existe a possibilidade de se estabelecer uma conexão entre a dialética hegeliana e as transmutações nietzscheanas, temos: o leão tem camelo e a criança tem os dois.

Avancemos: uma terceira transmutação (aquela que nos levaria a uma quarta categoria existencial), ensejaria a idéia de uma consubstanciação do camelo, do leão e da criança no que quer que adviesse como quarto momento.

Porém, camelo, leão e criança são categorias alegóricas, personagens conceituais, símbolos didáticos que reunem em si uma enormidade de elementos singulares que subsistem na alma dos particulares, e Nietzsche não tinha como conhecer a todos esses particulares, daí a exposição por símbolos universais e universalizantes.

Quando tentamos traduzir o, digamos, recheio interno de uma dessas categorias, a tendência é que esse recheio tenha a nossa cara, ou seja, tenha a cara de nossa singularidade.

Se sou adepto do som hardcore, se sou conhecedor da estética de um Marilyn Manson, por exemplo, diante do inaudito, do tenebroso, do obscuro horizonte aberto pela elucubração de uma quarta possibilidade existencial nietzscheana, é não apenas possível, mas provável que eu vá atribuir a ela as minhas categoria que, hoje, mais se aproximam do inaudito, do tenebroso, do obscuro horizonte daquela quarta possibilidade.

Em minha modesta opinião, isso soa, ainda, como a expressão do ideário moderno: controlar, determinar, dominar, prever, antecipar o devir… Por medo… E diria mais: forte carga moral, ainda, impregna tal antecipação que, se levarmos em conta a factibilidade dela no mundo contemporâneo, tem tudo para não se firmar, pois tal possibilidade seria sufocada e morta no mesmo instante em que abrisse os olhos.

Em outras palavras, numa tentativa de resumir a questão, pode-se dizer: essa tese profética, apocalíptica, ou, falando logicamente, esse sofisma do reductio ad absurdum, encontra-se, infelizmente, nos primordios do pensamento nietzscheano, ou seja, nada mais é do que uma interpretação moral de um fenômeno desconhecido. Repito: infelizmente, pois não foi dessa vez que o além-do-homem emergiu das brumas do rio de Lethe. Infelizmente.

Autoviolação de Valores

Quando o bem é o mal. E vice-versa...

O prazeroso é o poder, a vontade-desde-e-para-si, o dominar.

Que fazer depois que não há mais sentido em transvalorar os próprios valores? Depois da forma em inocência...

Qual o sentido em especular, teorizar, investigar valias de atribuição?







- Eis o "ser" triângulo como 4ª transmutação ontológica -


14 de nov. de 2009

Quem Tem Medo De Matemática?

Pessoalmente, penso que o condicionamento de massas a respeito do “diabolismo” dos números, vai meio pela linha do “Saber é poder”. Controle da grana (a saber, a manha de investimentos metadiversos – lucro e crédito –, nas bolsas de valores e afins); fundamentos “contemporâneos” plausivelmente consistentes por alicerces “provisoriamente” duradouros – a “visão maior” em micro e macro-econômica; “segurança” e administração da própria liberdade: afinal, a liberdade não “é o bem que nos permite desfrutar dos outros bens”?, como diria o iluminista Barão de Montesquieu; ora, o dinheiro (com sua boa gestão) não se denomina, ou é sinônimo de “Capital”, por mero acaso...
Qual seria o pior... O brechtiano “analfabeto político” ou o “analfabeto matemático”? Como ser um, sem também não ser o outro?
Aritmética, álgebra, geometria, trigonometria, cálculo, análise, teoria, probabilidade, estatística, logaritmo, enfim... Calcular pode ser ruim, mas os produtos são notáveis... Penso, que, salvas circunscritas exceções, quem “domina os números”, ostenta de certo modo “poder”. Pelo menos, no que diz respeito ao nosso “Atual Mundo Ocidental”.
Como a máxima atribuída à autoria de Aristóteles, reitero: “As ciências têm raízes amargas, mas seus frutos são doces”. Hmm...ou não. Tudo é relativo, pronto. Vou pro bar.




Revista Exame – Capital Digital


Quem Tem Medo De Matemática?
Por Helio Gurovitz


Muita gente. O problema é que ela é cada vez mais necessária


Desde criança me impressiona como gente extremamente inteligente e sensível pode ter medo de matemática. A infeliz divisão curricular entre ciências, por assim dizer, humanas e exatas só reforça a fobia. Ninguém diz "tenho horror a frases", mas muita gente não tem a menor vergonha em confessar "não suporto contas". Muitos sentem orgulho da própria ignorância — "eu gosto é de pessoas, não de números", como se uma coisa pudesse ser comparada à outra. Em situações sociais, se alguém comete algum erro grosseiro de português, pega muito mal. Se comete uma barbaridade matemática, com certeza se safa numa boa. Fazemos força para erradicar o analfabetismo do Brasil, mas não gastamos um tostão nem um só segundo para combater — com o perdão do barbarismo — o analfabetismo em matemática (em inglês, criaram até uma palavra para identificar o problema: mnumeracy).


Milhões, bilhões, trilhões, que diferença faz? Faz muita. Pense que, se você gastasse 1 real por segundo, levaria onze dias e meio para torrar 1 milhão de reais, mas 32 anos para se livrar de 1 bilhão. Percebeu como faz diferença? Mas, mesmo entre executivos e empresários (para não falar em políticos e jornalistas), dimensões e grandezas não parecem estar na ordem do dia. Nem estatísticas, probabilidades, proporções ou percentuais. O problema é que a tecnologia está. E, normalmente, a dificuldade de quem não consegue lidar com o computador não está na máquina. Está no analfabetismo em matemática.


Um computador não passa de uma máquina de calcular muito vitaminada. Tudo num computador é traduzido por números. Absolutamente tudo. Chamar algo de digital quer dizer, precisamente, que esse algo pode ser "numerizável" (em francês, por sinal, a tradução para a palavra digital é numérique). Como, então, alguém pode lidar com a economia digital se tem fobia de números? Como pode entender que a era da informação, no fundo, é a era numérica, já que os bits não passam de números (zeros ou uns)?


Os mais pragmáticos podem objetar que não é preciso saber como funciona um editor de textos ou um programa de apresentação de slides para usá-los. É fato. Um dos grandes avanços no mundo dos computadores foi torná-los mais palatáveis às massas. Mas qualquer um concordará que é impossível usar a tecnologia da informação da melhor forma nas empresas sem dominá-la. Como medir, por exemplo, se um investimento em programas e equipamentos sai caro ou barato? É nesse ponto que o problema se torna mais insidioso. Pois as mesmas pessoas que admitem com orgulho a ignorância em matemática morrem de vergonha de dizer que se sentem intimidadas pelo computador e deixam as decisões mais simples a cargo dos especialistas.


Não há motivo para vergonha. O sistema educacional doutrinou a maioria para ver a matemática como algo monótono que não incentiva a criatividade e nada tem a ver com a humanidade tão necessária hoje para gerir corporações. Para ter idéia de como é falsa a suposta oposição entre atividades técnicas e humanas, basta lembrar que entre os maiores representantes das últimas estão matemáticos como René Descartes. Blaise Pascal, Gottfried Leibniz ou Bertrand Russell. Se você encarar a matemática apenas como o que ela é — mais uma linguagem ou uma outra língua estrangeira —, perceberá como ela instantaneamente desce do pedestal do inacessível. E, de quebra, verá como fica fácil tirar proveito do computador.






6 de nov. de 2009

Lente Humana & Lente Maquinária

Localizei no youtube alguns vídeos pirato-perdidos arcaicos de minha participação orquestrina...

Já que ninguém conhece meu musical lado lírico apolineante, muito menos o expressionista hadeano também musical -que prefiro não exaurir na lucidez da claridade do dia-, aqui anexo trechinhos amostreantes...

Os contrabaixistas estão no fundo, lado direito(quando aparecem)...E eu, dependendo de qual vídeo, mudo de posição, mas geralmente sou o segundo da esquerda pra direita, no trechinho da nona, o último(e o mais nanico em termos de altura). Se eu achar mais vídeos, depois vou complementando aqui no post. Enfim, o que exporta é o que importa, boas e más lembranças, o som e a memória é que valem(ou não).