26 de jul. de 2009

Lendo Hegel, pensando em mim, pensando em nós...

Um filósofo disse que descobre-se melhor o que uma pessoa seja observando o momento em que seu talento diminui. Disse ainda que um talento é um ornamento, um enfeite. E que um enfeite é um esconderijo...

Me pergunto, o que configura um talento?

Me respondo, circunstâncias...

Indo mais longe, penso que as circunstâncias não são somente situações dadas, mas situações criadas.

O quanto criamos de situações para simular que somos talentosos?

Me pergunto, o que seriam essas circunstâncias?

Me respondo, idealizações, descolamentos da realidade.

Me pergunto, para que quero me descolar da realidade?

Me respondo, para parecer talentoso, para parecer poderoso.

É aí que Hegel entra: A idealização, a abstração (a supressão da realidade concreta) visa gerar um ambiente virtual, artificial no qual aparecerei como talentoso, como poderoso.

E se eu passar a almejar ser talentoso, poderoso apenas no âmbito real, nas circunstâncias reais, dadas de fora? E seu eu mantiver, sempre, no fundo do meu coração, a certeza do quão precária é a condição humana?

Sofrerei muito. Ora, nossos semelhantes idealizaram tudo. A História é uma idealização criada para privilegiar certos "talentos". A moral é uma idealização criada para privilegiar certas "virtudes", certos "bons comportamentos". A ciência é uma idealização criada para privilegiar certas "verdades". A estética do momento é uma idealização criada para privilegiar certas "belezas"...

Mas... e se eu conseguir superar esse sofrimento?

Ora, será inevitável... Me tornarei filósofo!

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