Ontologicamente, as cores, os sons, os aromas, as texturas, os sabores são sustentados pelos olhos Dela.
Todas essas coisas São, pois Ela É. Fundamento ontológico de tudo o que é bom, doadora generosa de existência ao sublime. Ela É.
Esteticamente, toda a beleza é bela, pois temos Nela a referência do Belo em si e, infelizmente, por si...
Ao derredor deste Belo em si, que é Ela, orbita tudo o que almeja ser belo, tudo o que almeja ser cópia Dela.
Irradiação de beleza, referencial às coisas aparentemente, ingenuamente autodenominadas belas. Ela É.
Epistemologicamente, a simples existência Dela demole a filosofia kantiana.
Como falar de formas puras da sensibilidade sendo engendradas a priori em toda a humanidade?
Depois do advento "Ela", as categorias e as tais formas puras só podem existir na carcaça do vulgo...
Nova constituição sensório-cognitiva, singular abordagem do real, subversão das questões do conhecimento. Ela É.
Eticamente, é o foda-se sem culpa. É a participação sem participar.
É a inserção no coletivo sem permitir, jamais, qualquer arranhão no sublime de Sua singularidade.
Está aí, no meio de nós, mas jamais, jamais, misturar-se-á. Nossa perniciosa proximidade, felizmente, não A modifica.
Manutenção irrestrita do Eu sem fuga dos outros. Firmeza de caráter, de ânimo. Ela É.
Miticamente, Atena e Afrodite
Pré-socraticamente, ela flui e É
Platonicamente, demiurgo do meu amor
Aristotelicamente, meu télos
Epicureicamente, o gozo feliz
Estoicamente, minha paciência para esperá-la
Medievalmente, Deus
Modernamente, o Renascimento, o Iluminismo
Segundo um, Ela é o Além do Homem, segundo o outro, Ela é tudo o que é o caso.
Se ser filósofo é ser amante de todas essas coisas...
Meu amor é inevitável.
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