16 de mai. de 2009

Ela, a filosofia e o que eu sinto

Ontologicamente, as cores, os sons, os aromas, as texturas, os sabores são sustentados pelos olhos Dela.

Todas essas coisas São, pois Ela É. Fundamento ontológico de tudo o que é bom, doadora generosa de existência ao sublime. Ela É.


 

Esteticamente, toda a beleza é bela, pois temos Nela a referência do Belo em si e, infelizmente, por si...

Ao derredor deste Belo em si, que é Ela, orbita tudo o que almeja ser belo, tudo o que almeja ser cópia Dela.

Irradiação de beleza, referencial às coisas aparentemente, ingenuamente autodenominadas belas. Ela É.


 

Epistemologicamente, a simples existência Dela demole a filosofia kantiana.

Como falar de formas puras da sensibilidade sendo engendradas a priori em toda a humanidade?

Depois do advento "Ela", as categorias e as tais formas puras só podem existir na carcaça do vulgo...

Nova constituição sensório-cognitiva, singular abordagem do real, subversão das questões do conhecimento. Ela É.


 

Eticamente, é o foda-se sem culpa. É a participação sem participar.

É a inserção no coletivo sem permitir, jamais, qualquer arranhão no sublime de Sua singularidade.

Está aí, no meio de nós, mas jamais, jamais, misturar-se-á. Nossa perniciosa proximidade, felizmente, não A modifica.

Manutenção irrestrita do Eu sem fuga dos outros. Firmeza de caráter, de ânimo. Ela É.


 

Miticamente, Atena e Afrodite

Pré-socraticamente, ela flui e É

Platonicamente, demiurgo do meu amor

Aristotelicamente, meu télos

Epicureicamente, o gozo feliz

Estoicamente, minha paciência para esperá-la

Medievalmente, Deus

Modernamente, o Renascimento, o Iluminismo

Segundo um, Ela é o Além do Homem, segundo o outro, Ela é tudo o que é o caso.


 

Se ser filósofo é ser amante de todas essas coisas...

Meu amor é inevitável.


 

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