Por quê gosto dela?
Em primeiro lugar, e, talvez, o mais importante, há a minha constituição sensório-filosófico-cognitiva: um materialista "ouve" seus instintos sensíveis... Vê-la, ouvi-la me proporciona um prazer supra-ordinário. Simples assim. Sem muito blábláblá, sem muitos silogismos... gosto dela.
Depois, nem tão simples assim... poderia, mais uma vez, pôr como determinação uma característica minha: a filosofia, ao que me parece desde tempos imemoriáveis, foi gravada em meus genes. Amo as incógnitas, os jogos. Por isso gosto dela.
E ela...
Ah! Ela é a materialização do fugidio, do que inebria e descompassa, do que desequilibra e amedronta, enfim, do que vem, envolvido em fumaça, entorpece, agita, põe em crise... e vai embora... sorrindo.
Por quê gosto dela?
Ah! Porque ela é maior do que eu... Porque ela me desafia. Porque surgiu dos escombros de um mundo que não mais me encantava.
E porque ela promete...
E porque a promessa, que não é dela, mas que é ela, é grande. Grande demais.
Mas é verossímil... Pois ela é grande...
***
Por quê gosto dela?
***
Ah! Quando eu souber explicar, deixarei de gostar...
***
Foda-se!
Que os deuses me mantenham no escuro!
Que me deixem cego!
Adoro gostar dela.
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