11 de abr. de 2009

Pula! Rola! Finge de morto!

E a consciência (razão, mente, espírito, intelecto - no fundo, sem filosofês, dá quase tudo no mesmo), aquela coisa que alguns cotam como divina, fica ali, perdida e insegura, afoita e entusiasmada, no meio do fogo cruzado do deserto, hesitante e com a boca seca, ansiosa para crer, afinal, como viver sem a ilusão da posse metafísica de verdades ou não-verdades?


 

À procura do grande e mágico blábláblá que não contenha contradições nem excentricidades - e que, portanto, seja capaz de proporcionar a mais definitiva e indestrutível das ataraxias -, seja esse blábláblá constituído de palavras ou de conectivos, a consciência anda pra lá, anda pra cá, olha de um lado, olha de outro, para cima e para baixo, como um cãozinho faminto e perdido atrás do seu petisco. Todos brincam com o seu faro, fazendo o bichinho de tonto. As retóricas iluministas comportadas e as diatribes "pós-modernas" assobiam e ela corre atrás latindo; as tabelas de verdade e as lógicas sisudas se-cê-implica-quê-tal-quê-não-sei-o-quê fazem-no abanar o rabo, confiante e pernóstico; já os discursos metafísicos e religiosos fazem-no sentar e se fingir de morto, porém, seguro e tranquilo com o Absoluto. Em suma, filosofia é artigo de petshop.


 

Fonte: http://www.opensadordaaldeia.blogspot.com/

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